Dia mundial do Braille expõe muito mais que falta de inclusão para invisuais
Por Luara Pecker
Do G7 Informe
04/01/2021 | 12h30
Hoje, 4 de janeiro, é o dia mundial do Braille.
A escrita em alto-relevo, que através de 6 pontos é capaz de fazer aproximadamente 63 caracteres,
e que é um dos principais pontos de comunicação dos deficientes visuais com o mundo.
Por causa do Braille, os deficientes visuais conseguem escrever, ler e se expressar.
E o caminho até que isso pudesse ser uma realidade foi longo,
e ainda não chegou a seu ápice.
Mesmo com a invenção revolucionária do método, ele acabou não sendo a medida mais eficaz de aprendizado no planeta.
Nas nações mais desenvolvidas, apenas 5% de livros são transcritos da tinta para o Braille,
em países menos desenvolvidos e mais pobres isso chega a 1% do total.
Além disso, de cada 10 professores na rede pública do Brasil, 10 não estão preparados para lhe dar com um aluno deficiente visual.
A retórica é mesmo assustadora.
Nem um curso é ofertado, nem um acompanhamento é exigido e diferente das Libras,
Braille não é exigência de formação na faculdade.
No Brasil, existem aproximadamente 46 milhões de pessoas com alguma deficiência,
dados de 2010.
Destes, 6,5 milhões são deficientes visuais.
Esses números mostram que essas pessoas, precisavam e merecem, de um atendimento e de um tratamento melhor.
O dia do Braille deveria celebrar, a melhor alfabetização dessas pessoas.
Não é o que se trás ou o que se revela.