Gaúcha deficiente visual, tenta lançar livro de poesias para custear cirurgia ocular
Por Pedro Werner
G7 Informe – Porto Alegre 19/10/2020 | 12h03
A jovem Julia Ratinger, tem apenas 20 anos de idade e em dezembro vai completar 21.
Desde que nasceu, sua vida não tem sido fácil mas ela nunca desistiu das batalhas que teve de enfrentar.
A cada 3 meses desde criança, Julia saí de sua casa em Canelas, no RS, e se dirige para Porto Alegre.
Onde se trata no Hospital de Clínicas da capital gaúcha, por conta de um problema nos olhos.
Aos 5 anos por causa de um descolamento de retina, ela perdeu 100% da visão do olho esquerdo.
Do direito, tinha 80% da visão, pois 20% estavam comprometidos por sua doença.
Com seu crescimento e o avançar do tempo, a doença começou a piorar.
Há cerca de 8 meses, Julia recebeu uma notícia ao notar que a visão direita estava ficando muito embaçada.
Ela poderia perdê-la.
Os médicos gaúchos acreditam que a única chance de evitar que isso aconteça, é se ela fizer uma cirurgia nos olhos.
O seu drama começou exatamente aí.
A cirurgia não pode ser feita via SUS, porque não estão ocorrendo cirurgias eletivas em razão da pandemia de Covid-19.
O caso dela apesar do risco da perca da visão, não oferece perigo a vida e portanto não é urgente.
Além disso, Julia teria de esperar, numa fila para cirurgias até que fosse chamada.
Isso levaria anos, explica seu próprio médico.
A jovem então pensou, em fazer a cirurgia particular.
Outro problema.
A operação está orçada em R$ 10,2 Mil, que nem ela nem a família, dispõe.
Para tentar angariar recursos, Julia teve uma ideia.
Escritora desde muito jovem, apaixonada por poesias, a gaúcha deficiente visual, decidiu reunir seus títulos num livro.
E começou um novo desafio.
Julia espera conseguir alguém que a ajude a publicar sua obra, e com o recurso das vendas ela espera conseguir fazer a sua cirurgia.
O objetivo não é recuperar a visão, mas evitar que ela perca toda a visão do olho direito, que ela tem com muita dificuldade.
Hoje, Julia não trabalha, mas ela é apaixonada por gramática e poesia.
Ela estava no segundo ano da faculdade de letras, quando a pandemia começou.
Pretende concluir os estudos, mas para isso precisa antes, resolver a questão de seu olho.